quarta-feira, agosto 27, 2014

Água morro abaixo

"Água morro abaixo, fogo morro acima e mulher apaixonada... ninguém segura." Acho que isso é um dito popular. Ouvi pela primeira vez num seriado da globo. Interessante e verdadeiro.

quarta-feira, agosto 20, 2014

Sr. e Sra. Canguinha

Sábado passado, Dean e eu demos um passeio a uma loja de antiguidades. Foi a minha parte no trato para que ele fosse andar de bicicleta comigo.

Estava um belo dia, ensolarado, e eu realmente queria ir andar de bicicleta. Mas eu não fui a única que percebeu que o dia estava lindo. A cada dois quarteirões tinha uma casa fazendo tag sale (que é algo muito comum aqui nos EUA quando o pessoal pega as coisas que eles não querem mais e colocam do lado de fora de casa pra vender).

Dean e eu ficamos fazendo piadinhas sobre o assunto, e eu comecei a fazer-lhe perguntas sobre as tag sales. Como é que faz, qto custa a licensa, quanto tempo tem que esperar.

Quando eu percebi que ele não tinha a menos idéia de como preparar uma tag sale, eu tive que chegar à seguinte conclusão: "Você nunca fez uma tag sale na vida, né não?"

"Não exatamente."

Mas é claro. Eu tinha esquecido que eu estava falando com Dean Winters.

Dean nunca se desfaz de nada. Ele usa tudo até quebrar. Quando quebra, ele conserta e usa novamente. Quando quebra novamente, ele conserta mais uma vez, e usa até que aquilo se quebra em mil pedaços. É aí que ele vai comprar um substituto utilizado.

Oh, pai ...

... é por isso que me casei com ele.

quinta-feira, agosto 14, 2014

Corrigindo alunos de inglês

Eu entendo como estudantes de inglês se sentem quando têm sua pronúncia corrigida. A reação deles, porém, me deixa louca.

A coisa é mais ou menos assim:

Eles dizem uma palavra errada.

 
Eu tento descobrir que diabos estão dizendo.

Quando eu descobro e repito a palavra pra eles - na esperança de que a repitam para mim - tudo que eles dizem é "sim".

Repito a palavra, dando a entender que devem repeti-la após mim.

E eles dizem - Sim.

E na minha cabeça eu digo, "Céus, ajudem-me."

Eu digo: "Você tem que repetir a palavra."

Eles olham para mim com um olhar vazio.

Repito a palavra mais uma vez, e sinalizo para eles com a minha mão, "Agora você".

E eles dizem: "sim".

Eu tenho colapso.

quarta-feira, agosto 06, 2014

Arroz Butanês

Na semana passada, meus alunos e eu viajamos para Plymouth. A melhor parte da viagem foi a hora do almoço.

Almoçamos no Monumento aos Antepassados. Foi um bom lugar para um piquenique. Os alunos se sentaram na sombra, no sol, nos galhos das árvores. Nós nos divertimos.

Mas esta não foi a melhor parte. A melhor parte foi o que me fizeram fazer.

A rainha do drama do grupo, uma menina de Puerto Rico - eu q chamava ela de Drama Queen, e ela dizia "eu não", mas depois, ela escreveu um poema chamado "Eu sou a rainha do drama" - bem, ela estava andando com meninas ukranianas segurando um prato de arroz picante Nepalês (ou arroz picante butanês).

O arroz Butanês é algo que as crianças butanesas comem sempre que almoçamos juntos. É muito picante. Eles tendem a compartilhar com todos.

A menina porto-riquenha tava comendo um tiquinho, mas não estava muito animada.

Eu não sabia que ela não estava gostando. Eu fiquei super animada. "Ooh! Você ta comendo arroz Nepalês!!! Posso provar?"

"POde".
 

Eu fiquei preocupada quando ela disse que sim, pq soou como se ela não quisesse me dar. E para piorar as coisas, eu não tinha um garfo. Meleca. Ela vai ficar com raiva.

"Bem, você se importa se eu usar o seu garfo? Eu não tenho nada."

"Na verdade, você quer a coisa toda?"

"Você não quer que eu use o seu garfo? Eu posso ver um para mim."

"Não, eu não quero isso. É muito picante."

"QUE !!! Dê-me isso aqui, mulher!"

"Você vai comer isso?"

"Lógico!"

A
í esta menina ucraniana me desafia, "Coma a pimenta vermelha. Coma a pimenta vermelha."
Uma ucranianinha, que sempre usa seu cabelo longo em uma trança. Ela é uma coisinha fofa. Então imagine essa coisinha pulando na sua frente dizendo: "Coma a pimenta vermelha."

E eu disse: "Hm, ok. Eu como todas as pimentas desse prato na sua frente de uma vez só, se você descer até o ônibus e me trouxer uma caixa de leite." (sim, leite - Eu sabia o que eu estava me metendo, e eu sabia que eu iria precisar de leite)

"Você tá falando sério?" Pergunta, com os olhos arregalados, a Menina Ucraniana.

"Estou dizendo. Vai pegar lá um leite."

Lá se vai a menina ucraniana ladeira abaixo para o ônibus e volta com um leite com chocolate em menos de 30 segundos - Eu poderia jurar que era menos de 30 segundos. Como as crianças fazem certas coisas tão rápido está além da minha compreensão. É tudo uma questão de motivação.

"Aqui. Agora coma as pimentas."

Eu catei todas as pimentas do prato no meu garfo, e enfiei todas em minha boca de uma vez só, bem na frente de todos eles.

Ok - isso é o que acontece quando você morde uma pimenta malagueta - nada ... de primeira. É quando a coisa começa a se espalhar em sua boca e em sua garganta que a coisa fica feia.

Então eu esperei alguns segundos, junto com todo mundo. Quando eu finalmente me senti a queimação, pedi a Menininha Ucraniana, tentando não perder a cabeça, "Leite.pido".


Ela me dá uma caixa fechada de leite.



"Não, menina. Abre. Não tenho mãos. Oh. Meus olhos. Eles estão lacrimejando . Anda".



Ela abre, e quando ela abre, outra garota ucraniana está apontando para mim gritando, "Mrs. Winters está chorando!"

Enfio o leite goela abaixo em um gole só. Uau. Não adianta. A garganta ainda está queimando.
 

Eu digo a Menina ucraniana, desta vez meio no desespero, "Rápido! Vai me arranjar outro leite!"

 E ela corre ladeira abaixo, morrendo de rir, e eu lamento, "Duas caixas de leite! Lá se vai minha dieta - por água abaixo!"

Depois de engolir a segunda caixa de leite, eu me ponho a terminar o prato de arroz - pro espanto das crianças ucranianas e porto-riquenhas.

"Você vai comer o resto?"

"Naturalmente, povo. Eu sou brasileira! Pimenta é meu nome do meio."