quarta-feira, julho 28, 2010

Velha Vila Sturbridge


A vida nos anos 1800 era tão diferente! A gente não dá valor a tanta coisa que temos hoje em dia.

Sábado passado vistamos a Velha Vila Sturbridge.

Já fazia tempo que eu queria ir lá. Eu tinha curiosidade de passear por aquele imenso museu a céu aberto que recriava a vida no século XIX. Graças a meu marido, eu liguei lá e descobri que professores de Massachusetts entram de graça. Sim, existem vantagens de ser professor.

Fomos nas casas e lojas, manufaturas e moinhos. Conversamos com um tanoeiro (pessoa que faz baldes e outros recipientes), um ferreiro, um funileiro, um sapateiro e um oleiro. Eles nos mostraram como faziam seu trabalho.

Também falamos com umas moças numa fazenda. Elas nos falaram como faziam seu queijo. Foi divertido aprender que o queijo podia ser mantido à temperatura ambiente ao contrário de hoje em dia. A razão pela qual queijo hj em dia é mantido em geladeira é o processo de fermentação e os diferentes fungos que se colocam no queijo (para que se possa ter tipos diferente de queijo?). Na época, queijo era só queijo. O gosto mudava a depender do tempo de fabricação das coisa q a vaca andava comendo.

Queijo e manteiga eram na verdade formas de se conservar o leite, pois o leite ficaria ruim em poucos dias se deixado a temperatura ambiente. Então não faria sentido q o queijo e manteiga apodrecessem se deixados fora da geladeira, pois eles existiam exatamente para não deixar o leite apodrecer. Lembremos que não existia geladeira naquela época.

E sapatos na época! Não tinha pé direito ou esquerdo. Eles só tinham uma forma. Eu provei um.


Nos moinhos eu vi como eles usavam água como fonte de energia. Claro que sempre aprendi sobre isso nos livros da escola, mas nada se compara a ver na vida real.
Também descobri porque na época as pessoas nao tinham muitas roupas como temos hj. Até bem pouco tempo naquela época, tudo era manual. A lã retirada dos carneiros tinha que ser manualmente desembaraçada, transformada em linha e depois em tecido. Eu tentei trabalhar a lã. Muito trabalho. Por isso nossa casa tem só um armário que não cabe nem todas as roupas de Dean.

Visitamos a casa de uma família pobre - ELES TINHAM CASA DE DOIS ANDARES! e eram pobres! Depois vistamos a casa de uma família de classe média, e a casa de uma família rica. A casa da família rica parecia mais um castelo. A casa da família de classe média definitivamente tem algo em comum comigo: eles transformaram uma cama velha em um sofá, pois sofás na época eram novidade e muito caros. Classe média sempre será o tipo de gente mamãe-quero-ser-rico. É uma maldição da qual não temos como escapar enquanto formos classe média.

Além disso, porque algumas casas eram originais, nós aprendemos sobre a vida da família que viveu ali ao observar os restos de objetos de trabalho deixados debaixo do piso. Objetos como restos de linha para costura.

O oleiro nos disse que sua técnica tem sido a mesma por séculos. Grande parte da vida de então era constituída de se fazer coisas como eram feitas por muitas gerações. Sabedoria transmitida pelos mais velhos.

Acho que ninguém poderia mesmo sequer imaginar que a vida como os homems sempre conheceram estava para mudar tão radicalmente em pouco mais que cem anos.

Claro tudo começou com o Renascimento no século dezesseis e com a Revolução Industrial em meados do século dezoito. QUe nada, começou com a invenção da escrita e com a descoberta do papiro de milhares de anos atrás. Mas poderia alguém imaginar que as coisas iriam correr tão rápido qto correram?

O século vinte chegou com um turbilhão de avanços tecnológicos que trouxeram séculos de mudanças em apenas um. A vida dura e a forma tradicional de se fazer as coisas transformaram-se em um mundo de fácil-de-fazer, pinte-por-números, comida-instantânea, realidade-virtual e sem dor.

Quem morreu no fim do século dezenove não reconheceria o mundo se voltasse pra visitar o fim do século vinte.

E a gente se pergunta porque ninguém dá mais valor as pessoas mais velhas? Nosso mundo, com todas suas vantagens, nos tem mandado a mensagem de que velho é ruim, e de que pessoas mais velhas simplesmente não podem acompanhar o mundo. Os brinquedos que as crianças brincavam naquele tempo eram os mesmos que seus pais e avós brincaram. POdemos dizer o mesmo de nossa época?

Em 100 anos - o mundo é outro. Em 50 anos - o mundo é outro. Em 30 anos - o mundo é outro. Em 20 anos - o mundo é outro. Em 10 anos - o mundo é outro! Claro que nosso filhos irão achar que saímos direto do tempo das cavernas! E quanta sabedoria será perdida no meio do caminho com essa mentalidade. Não, nem tudo será bom se não pararmos pra pensar quais são nossos valores. Nada será pior que viver num mundo onde os velhos não tem valor. Sim, a forma de interagirmos com nossos velhos muda, porque é verdade que com a rapidez das mudanças, pessoas ficam para trás. Mas a sabedoria que vem com tempo e experiencia de vida, essa nunca poderá ser trocada por progresso.

Se Jesus não voltar logo, aonde vamos daqui?Existirão limites para o que o homem pode sonhar, inventar e popularizar? Exitirão limites para a rapidez com que isso pode ser feito?

Espero que não mais rápido do que podemos ver os efeitos colaterais a tempo de consertá-los.

terça-feira, julho 20, 2010

Ironia

Acho irônico que o país pelo qual eu lutei pelo direito de vestir sua bandeira em meu próprio país, por simples simpatia, agora me impede de pendurar a bandeira do meu próprio país na minha própria casa, por motivos maiores que simpatia, pois os sentimentos que alguém nutre pela pátria vão além de simpatia.

Não sou nem nunca disse que queria ser americana, mas me propus a usa a bandeira deles estampada no peito, simplesmente pra dizer - estou lutando essa guerra com vocês. Mas sempre serei brasileira, e se minha bandeira não pode ser hasteada em minha própria casa, nenhuma outra bandeira o será. Não honrarei um lugar que não me permite honrar o que é meu.

E como poderei até mesmo encarar minha família novamente? E quando algum deles perguntar como pode uma brasileira hastear uma bandeira americana em sua casa quanto a bandeira brasileira não se vê em lugar algum - o que devo dizer? Esta casa não é uma simples casa onde por caso estou morando, é a minha casa. Eu poderia responder que hasteio a bandeira em respeito pelo país onde vivo. Mas a custo do meu próprio país?

Como posso justificar hastear qualquer outra bandeira a custo da minha própria? Meu país me virou as costas? Saí fugida por causa de perseguição ou situações de dificuldade extrema? Tenho vergonha de quem sou ou de onde venho? A resposta para essas perguntas é um ressonante Não! Tenho todos os motivos para ter orgulho de quem sou e de onde venho. Longe de ser perfeito, o Brazil nunca me deu motivos para negá-lo.


Por respeito ao país onde vivo, hastearei sua bandeira, mas não as custas da minha. Por respeito ao meu país nenhuma outra bandeira será hasteada em minha casa se eu não tiver o direito de hastear a minha própria.


E que isso sirva de lição a quem gosta de tomar dores que não são suas. Aquele de quem as dores você tomou não te dá garantia alguma que tomará as suas no dia que você precisar.


Novelas sobre países distantes e suas danças

Entrei em contato com uma professora de dança do ventre. Estou pensando seriamente em voltar a fazer aulas de dança. Afinal desde "O Clone" que quero aprender a dança do ventre.
Também perguntei a ela sobre dança indiana. Sua resposta pareceu a de uma pessoa conhecedora. Explicou que há diferentes estilos, disse-me quais são os mais comuns, que tipos de movimentos eles enfatizam, e ainda falou quais são as principais diferenças entre a dança do ventre e as danças indianas.
Futuramente, quero aprender uma dessas danças indianas. Provavelmente estilo Bollywood ou bhangra, que são as mais populares. Eu sei que danças indianas tem muito a ver com a religiosidade deles, e provavelmente eu não devo nem ter autorizaçao pra aprender um estilo que seja muito ligado a expressão religiosa. Eles devem considerar algum tipo de profanação alguém que não é da religião querer aprender a dança sagrada deles só por divertimento.
Engraçado como tanto a dança do ventre quanto a dança indiana entraram na minha lista de coisas que eu quero fazer só por causa das novelas. O Clone, que se passa no Marrocos, e o Caminho das Índias, que obviamente se passa na Índia.
Engraçado como no Brasil a gente gosta tanto de novelas que se passam em países distantes. E normalmente, os costumes desses países, ou algum aspecto de seu idioma se tornam frenesi no Brasil. Durante o Caminho das Índias, are baba, e outras expressões indianas se tornaram parte do idioma brasileiro de forma tão natural.
Agora mesmo estou acompanhando Passione. Ao que me parece, novelas com background italiano são uma receita vencedora. Talvez porque haja tantos descendentes italianos, de 2a. 3a. ou mesmo 4a geração, no Brazil. A italianidade ainda é forte e latente nesses ítalo-brasileiros. Mas normalmente os cursos de italiano ganham uma nova leva de alunos durante essas novelas, tanto de ítalo-descendentes quanto de viralatas como eu. Afinal não foi a febre Amore mio de Giuliana e Matteo que me levou a entrar no meu cursinho de italiano?
E hj a febre da época de O Clone me leva a considerar mais uma vez a dança do ventre. E a febre ainda latente de Caminho das Índias me faz prometer a mim mesma que assim que puder estarei começando também a aprender um estilo de dança indiana.