domingo, julho 29, 2012

Começo angustiante

Minhas férias desse ano começaram com uma viagem ao aeroporto. Uma viagem num dia chuvoso após um fim de semana angustiante. Então comecemos pelo fim de semana angustiante.

JP e Tia Léa iriam sair do Brasil na sexta de noite, chegar em Washington sábado de manhã, e ter um fim de semana intenso na capital americana, cheio de visitas a museus e monumentos. Eu tinha preparado o itinerário deles todinho junto com JP, e Tia Liana estava lá esperando por eles. Ela seria a anfitriã do passeio.

Mas sexta de noite, recebi uma mensagem de Tia Léa dizendo que a conexão São Paulo-Washington sairia atrasada por um problema na aeronave. Iriam chegar em DC com seis horas de atraso.

Poxa. Que chato. Vai ser um dia espremido

Horas depois, mais uma mensagem de minha tia avisando que o vôo foi cancelado. Eles estavam sendo levados para um hotel e só sairiam 24 horas depois.

Vinte e quatro horas depois? Um dia inteiro? Metade da viagem perdida? Nesse momento, eu, que tinha passado dias no telefone com JP planejando cada passo deles na capital americana, senti uma revolta angustiante! Tanto planejamento pra sair tudo errado!

Mas, tudo bem. Eles teriam o domingo. JP estava aproveitando o tempo no hotel, olhando o roteiro e resolvendo o que pular.

O problema é que a essa altura, eu não tinha cabeça pra mais nada. Ia passar o sábado faxinando a casa e deixando tudo pronto para a chegada dos dois na segunda de manhã. Mas, na angústia da espera por notícias, nem meu almoço terminei. A essa altura, se cruzasse com um funcionário da United na minha frente, enchia ele de supapo.

Sábado a tarde veio a bomba. O vôo so sairia domingo de tarde. Essa notícia sepultava de uma vez por todas a viagem a Washington. Segunda, às seis da manhã, eles deveriam pegar o vôo para Bradley. Portanto não iam ter mais tempo de ver nada de Washington. Nem museus, nem monumentos, nada.

Minha frustração era tanta que a essa altura nem precisava ser funcionário da United, bastava respirar para ser uma vítima em potencial de meus supapos. A viagem planejada com tanto carinho estava cancelada.

Ao ver meu desespero, Dean tentou em vão resolver o problema do vôo. Ligou para a United e tentou encaixar minha Tia e meu irmão em qualquer vôo que saisse de lá pra cá, em qualquer linha. Não havia vôo algum com vagas.


O domingo foi vivido na angustia de esperar que o vôo de fato saisse para que eles agora não perdessem o vôo aqui pra casa. Se isso ocorresse, aí que a cobra ia fumar. Nem à igreja eu fui, na angústia e na expectativa de receber notícias. Lá pelas tantas, lembrei que a casa ainda estava uma bagunça.

Dean, que estava sendo um anjo comigo, me ajudou a faxinar sem reclamar. Milagre? Não! Ele sabia exatamente o estado de nervos em que eu me encontrava.

Quando soube que eles haviam embarcado, com uma duas horas de atraso, descansei. Descansei um descanço cansado, decepcionado. Aquele descanço que todo brasileiro descansa depois de uma derrota em jogo eleminatório na copa do mundo. Esse sonho acabou. Até a próxima vez. Meu consolo era saber que vinha por aí ainda outra parte da viagem. A nossa parte. E, se Deus quisesse, essa sairia direitinho. Vamos dormir. Segunda feira é outro dia.

Domingo que vem eu continuo...



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